terça-feira, 8 de outubro de 2013

O diagnóstico é importante para o País providenciar logo as correções necessárias à qualificação de seu ensino de nível superior.


Os resultados do último Exame Nacional de Desenvolvimento dos Estudantes (Enade 2012) indicam melhoras no ensino universitário em vários aspectos, mas também apontam um dado preocupante: quase um terço dos cursos superiores tem conceito insatisfatório, o que equivale à reprovação. Por isso, as conclusões servem como alerta para instituições públicas e privadas de ensino superior, cuja missão é formar profissionais em melhores condições de dar as respostas de que o país precisa. O ensino universitário consome recursos orçamentários demais num país de tantas carências na educação. As universidades, portanto, precisam se manter atentas, já que as instituições de ponta se preocupam em avançar continuamente para se manter no topo.

De alguma forma, os dados tornados públicos ontem reafirmam a perda de posição relativa das entidades brasileiras de ensino superior. Do último Ranking Mundial de Universidades 2013-2014, divulgado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE), por exemplo, não consta sequer a Universidade de São Paulo (USP), a mais influente do país, entre as 200 melhores. O resultado chama a atenção para a velocidade com que as mudanças costumam ocorrer nessa área e para a importância de uma rápida ação com o objetivo de tentar reverter o quadro: de um ano para o outro, a principal instituição universitária do país passou da 158a colocação para um grupo que oscila entre o 226o e o 250o lugar. Por isso, o diagnóstico é importante para o país providenciar logo as correções necessárias à qualificação de seu ensino de nível superior.

No caso do Enade, a comparação com 2009, quando foram analisados os mesmos cursos, mostra uma elevação importante no percentual de alunos avaliados com notas altas, incluindo as de excelência. Ao mesmo tempo, porém, cresceu o percentual de universitários com mau desempenho nessas mesmas faculdades – incluindo Direito, Administração, Relações Internacionais, Psicologia e Comunicação Social. A alta no percentual, de 24,9% para 30%, preocupa não apenas por evidenciar queda no desempenho, mas pela influência que tende a apresentar mais adiante, pois pode levar inclusive à suspensão de vestibulares em cursos mal avaliados.

A situação indica que o Ministério da Educação deve persistir no rigor, para evitar que muitos alunos continuem investindo tempo e dinheiro em cursos sem a qualificação necessária para formar bons profissionais. As instituições de ensino precisam se dispor também a apostar mais em pesquisa e a rever práticas danosas no meio acadêmico como o comodismo e o apego à burocracia, que impedem o país de avançar como necessita.